sábado, 23 de outubro de 2010

As crises ou a crise?

A comunicação social, tanto a escrita como a televisionada, conseguem dar a aparência de grande actualidade a coisas que bem analisadas, chegamos à conclusão de que se arrastam há tantos anos que já parecem fazer parte da normalidade. 
Aquilo que agora nos aparece todos os dias e em todos os noticiários como o grande tema, comentado em termos tais que até parece tratar-se de grande novidade, talvez não passe de mais um episódio de uma situação permanente de crise que teima em perdurar desde há mais de trinta anos.
Senão, vejamos: 
A primeira grande crise em democracia deu-se em 1977/1978; a segunda, foi em 1980/1982 (o Fundo Monetário Internacional interveio em Portugal em 1978 e  1983; a terceira, a do choque petrolífero, ocorreu em 1993; já neste século, tivemos a de 2002/2003 e agora estamos mergulhados noutra desde 2008. 
Todas estas crises tornaram bem evidente a fragilidade estrutural da nossa economia. Isto torna-nos uma país muito exposto às variações da conjuntura económica internacional.
Assim sendo, os nossos problemas não se resolvem nem com a aprovação ou não de um orçamento, nem com mais ou menos mudanças de governo. Nós precisamos de reformas profundas. E o que nos falta são políticos dotados de coragem e de competência para as levarem a efeito. Enquanto formos governados por gente que só toma decisões a pensar nos resultados eleitorais, não haverá solução pra os nossos problemas. Isto não significa que precisemos dum providencial ditador, como antigamente. Precisamos é de autênticos democratas dotados de autêntico carácter.

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