Aparece com bastante frequência na imprensa escrita e algumas vezes por aqui, nos blogues, o tema da regionalização. A ideia em si parece muito agradável e interessante, pelo menos, numa primeira anáilise.
Contudo, quando nos pomos a pensar melhor, quando olhamos atentamente para o que tem sido o poder local nas últimas décadas, começamos a duvidar de que haja garantias de a regionalização ser uma solução que nos possa garantir os melhores resultados.
Se, assim, com uma administração centralizada são tantos e tamanhos os desmandos, como seria com a descentralização? Que garantias teríamos de uma rigorosa e atenta fiscalização que procedesse a um constante controlo das decisões politicas e financeiras a nível regional e local?
Com as práticas que todos nós observamos, com a tendência para o compadrio e para a satisfação das clientelas, não seria ainda maior o risco de agravar a crise que parece não querer abrandar?
Só com uma nova atitude e com uma nova geração de políticos com comportamentos diferentes dos que actualmente predominam, se poderia pensar em conceder maior autonomia regional.
Por outro lado, sendo o nosso país tão pequeno, e vivendo nós num tempo com tanta facilidade de deslocação e de comunicações, justifica-se tanto barulho à volta do problema da regionalização?
Talvez que, em vez disso, fosse preferível aperfeiçoar o sistema que temos e resolver os nossos problemas. Parece que temos tendência para estar sempre a mudar e, afinal, o que acontece é que tudo acaba por ficar sempre na mesma.
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