Um certo exagero nos elogios usados num blogue de Campo Maior, provocou o aparecimento de uma mão cheia de comentários de desigual justiça e acerto quanto às opiniões que manifestam. Se é certo que para todos eles se poderia se dizer que Roma e Pavia não se fizeram num dia, se é também difícil negar que há pontos muito fracos na actual gestão camarária, há outras questões que merecem ser muito bem pensadas porque consistem em erros graves na elaboração do programa eleitoral que levou à eleição do actual elenco camarário. Eu não estava em Campo Maior nessa altura. Mas, quando mais tarde, pude ter acesso aos documentos, fiquei francamente irritado com alguns aspectos desse programa. Entre outras coisas fixei o pormenor da famosa marina na barragem do Caia. Embora não seja a única insensatez das coisas inventadas pelas mentes alucinadas que parecem ter colaborado neste programa, esta será talvez uma das de maior exagero. O exagero é tão grande que ressalta à vista de qualquer pessoa que uma obra dessas seria no mínimo tão pouco realista e tão insensata como a construída piscina coberta. Primeiro, porque não se trata de uma necessidade urgente de Campo Maior; em segundo lugar seria insensato fazê-lo numa altura em que há tanta falta de recursos, tantos problemas e tantas necessidades para resolver. Por outro lado, os gastos de dinheiros públicos têm de ter algumas regras: ou são úteis do ponto de vista social, ou têm de ter uma real expetativa de retorno. Acrescente-se ainda a dúvida que me assiste de ser adequado e legalmente possível construir tal marina numa barragem que tem como uma das suas funções o abastecimento de água às populações.
Por isso, a ironia usada por alguns dos comentadores do texto atrás referido, acertam em cheio na crítica que deve ser feita a certas propostas eleitoralistas que nada têm, nem de bom senso, nem de seriedade e que são feitas por gente que não parte da única atitude séria e rigorosa que deve ter qualquer equipa que se propõe elaborar um programa eleitoral. Ninguém o pode fazer corretamente sem fazer um sistemático e rigoroso levantamento de necessidades e de problemas.
E atenção ao ORÇAMENTO PARTICIPATIVO! Se não é para ser feito com rigor, mais vale que não seja feito.
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